Adriano Macedo | Pescadas Expressas

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Guerra e Paz no Grand Palais, em Paris

Para quem perdeu a oportunidade de ver, no Brasil, a obra "Guerra e Paz", de Candido Portinari (1903-1962), há uma segunda chance caso visite Paris de 7 de maio a 9 de junho. Nesse período, a obra estará exposta no Grand Palais.

A tela será apresentada à imprensa no dia 6 de maio, no Salon d'honneur Grand Palais. Pouco conhecido na França, Candido Portinari será apresentado à mídia francesa como um dos artistas mais consagrados no Brasil. E "Guerra e Paz" (Guerre et Paix), mais que uma obra monumental, um "apelo à fraternidade entre os povos".

A exposição é gratuita, apresentada como uma oportunidade para o público francês de conhecer Candido Portinari e uma das peças mais emblemáticas do neo-realismo antes que ela retorne à sede da ONU, em Nova York. A apresentação para os jornalistas contará com a presença de João Portinari, filho do pintor e curador da mostra.


Crédito da foto: http://www.egdesign.com.br/projeto.php?id=271 

domingo, 16 de março de 2014

Avião fora de uso vira restaurante e hotel temático


Os leilões de aeronaves fora de uso estão mexendo com a imaginação de empreendedores Brasil afora. Agora é a vez do empresário Thiago Oliveira, que pretende transformar um Douglas DC8 (como o da foto acima. Crédito: The Flying Kiwi), que pertencia à Skymaster, em um restaurante de cozinha mineira, japonesa e árabe na cidade de Poços de Caldas (MG). A aeronave estava prevista para sair do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), na semana passada.

Há dois anos, o piloto Edinei Capistrano da Silva começou a dar asas a uma ideia parecida. O Boeing 737-200 foi arrematado em leilão do Tribunal de Justiça de São Paulo (fazia parte da massa falida da Vasp) e transportado, por via terrestre, do Aeroporto de Congonhas até Araraquara (SP) para virar um espaço de eventos. Foi matéria em tudo quanto é jornal depois de chamar a atenção das pessoas por onde passava. Em fevereiro de 2014, um empresário maranhense arrematou o mesmo modelo em outro leilão. A aeronave encontrava-se no aeroporto de São Luís, Hugo da Cunha Machado. O destino provável é uma área na Avenida Litorânea, onde também será transformado em restaurante.

O Pescadas Expressas deu um giro pelo mundo e registra aqui outras propostas para antigos aviões sem uso, hoje atrações turísticas nos países onde se encontram. São hotéis e restaurantes acessíveis a quem pretende passar por uma experiência diferente.

China
Na cidade de Chongging, o avião A380 virou um curioso restaurante temático, aberto ao público em 2012.


Coréia do Sul
Na cidade de Mokpo um Boeing 747 de 1970 virou um restaurante de comidas típicas sul-coreanas.


Costa Rica
O Hotel Costa Verde, localizado no Parque Nacional Manuel Antonio (próximo a Quepos) aluga para temporadas um chalé construído na fuselagem de antigo Boeing 727 (1965) que fazia a rota Colômbia - África do Sul. O nome do empreendimento é sugestivo: 727 Fuselage Home Suite. Foi instalado sobre um pedestal de 15 metros de altura. O chalé tem dois quartos. O avião foi comprado em um ferro-velho de aeronaves de San Jose, capital da Costa Rica.


Holanda
Um avião inteiro (modelo Ilyushin 18 de 1960 que já serviu ao governo holandês e também fez parte da frota de uma companhia aérea alemã) virou o Airplane Suite, uma suíte de luxo para casal localizada em Teuge.


Suécia
Em Estocolmo, um Boeing 747 virou o Jumbo Hostel em 2009. Está localizado no Stockholm Arlanda Airport.


Suíça
Em Zurique, as peças de um avião que pertenceu à União Soviética estão atualmente no restaurante Runaway 34.  Serve pratos suíços, mediterrâneos e asiáticos.


terça-feira, 11 de março de 2014

Pesquisa diz que a fofoca melhora o mundo


A jornalista britânica Lucy Kellaway, colunista do Financial Times, destrinchou uma pesquisa da Universidade de Stanford sobre a fofoca. Publicada na “Psychological Science”, o estudo apresenta alguns aspectos sobre o ato de falar das outras pessoas pelas costas: “aumenta a cooperação, reforça o código moral, pune as pessoas egoístas e recompensa as altruístas”. Será?

Leia a coluna em português publicada em 10/03/2014 na coluna Banda executiva, no jornal Valor Econômico

Crédito da foto: blog dropsdecarreira.com.br

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Beaglemania: célebres cães na literatura brasileira emocionam muito mais




       A raça Beagle bombou na mídia convencionou e na Internet. Foi assunto da semana passada desde a invasão ao laboratório do Instituto Royal, em São Roque (SP). O incidente provocou uma Beaglemania, ocupou horas em reportagens na televisão, no rádio e em portais de notícia, virou capa de revistas semanais, incentivou posts diversos na mídia social e acabou valorizando a raça, que chegou a triplicar de preço em muitos mercados, em poucos dias. Uma simples busca hoje no Google com o nome da raça gera quase 25 milhões de resultados em fração de segundo.

Esta história toda, que levou jornalistas a se enveredarem pelo drama dos cachorrinhos e pelas discussões éticas em torno de pesquisas com os animais me fez recordar famosos textos da literatura brasileira, alguns relacionados a simples vira-latas que se tornaram inesquecíveis. Se você se emocionou com o drama dos Beagles, aqui vai uma listinha com sugestão de leitura de contos, crônicas e trechos de romance com algumas histórias emocionantes sobre cachorros. Para mim, uma das melhores é o drama de Baleia, que integra o romance "Vida Secas", de Graciliano Ramos, transformado em filme pela genialidade do cineasta Nelson Pereira dos Santos, em 1963 (foto acima):

Amigo Cachorro, de Belmiro Braga
Mila e Rua Mila, de Carlos Heitor Cony
Tentação, de Clarice Lispector
Perigo, de Domingos Pellegrini
Baleia, de Graciliano Ramos
Pingo-de-ouro, de Guimarães Rosa
Veludo, de Luiz Guimarães
Biruta, de Lygia Fagundes Telles
Plutão, de Olavo Bilac
Madrugada, de Orígenes Lessa
Bruno Lichtenstein, de Rubem Braga

       Se você conhece algum outro texto e quiser colaborar com a lista anterior, é só fazer o comentário abaixo deste post.

       Em respeito aos direitos autorais, não posso reproduzir a maioria aqui, mas deixo registrado o poema Veludo, de Luiz Guimarães, já em domínio público.

Eu tive um cão. Chamava-se Veludo:
Magro, asqueroso, revoltante, imundo,
Para dizer numa palavra tudo
Foi o mais feio cão que houve no mundo.

Recebi-o das mãos dum camarada.
Na hora da partida, o cão gemendo
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim − mau grado seu − o vim trazendo.

O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava....
«Adeus!» − me disse,− e ao afagar Veludo
Nos olhos seus o pranto borbulhava.

«Trata-o bem. Verás como rasteiro
Te indicarás os mais sutis perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos.»

Veludo a custo habituou-se à vida
Que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa pálpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.

Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitado
A sua cauda − caminhava errante
A luz da lua − tristemente uivando

Toussenel: Figuier e a lista imensa
Dos modernos zoológicos doutores
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.

Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! era um artigo

Contendo a narração miúda e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Notícias do Brasil e de La Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:

Gabava o steamer que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais − todas francesas.

Assombrava-me muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso d’uma passageira...
Mil coisas mais de que me não recordo.

Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota breve do melhor cursivo
Recomendava o pobre do Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.

Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento
Me contemplava, e − creia que é verdade,
Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.

Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso
Movendo a cauda, − e adormeceu contente
Farto d’um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre d’aquele companheiro;
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.

E respirei! «Graças a Deus! Já posso»
Dizia eu «viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A um bicho vil, a um feio cão imundo».

Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca sismadora.

Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo
Senti que à minha porta alguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.

Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda a casa satisfeito;
E − de cansado − foi rolar dormindo
Como uma pedra, junto do meu leito.

Praguejei furioso. Era execrável
Suportar esse hóspede importuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.

E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo
Para livrar-me desse cão leproso
Havia um meio só: era matá-lo

Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante em instante ia o tufão crescendo.

Chamei Veludo; ele seguia-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.

Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei num remo − e com furor remamos

Veludo à proa olhava-me choroso
Como o cordeiro no final momento,
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.

No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremessei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.

Voltei à terra − entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas moribundo.

Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei − oh grande dor! − haver perdido
Uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: − eu tinha-o unido

Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.

Certo caíra além no mar profundo,
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah, se Veludo

Duas vidas tivera − duas vidas
Eu arrancaria àquela besta morta
E àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar à minha porta.

Corri, − abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés, − e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.

Fôra crível, oh Deus? − Ajoelhado
Junto do cão − estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto.

Crédito da foto: Blog Ler Antes de Morrer 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Contagem regressiva para a Copa de Literatura Brasileira



Deu na Folha de S.Paulo do último fim de semana (14/07/13). Falta menos de um mês para o início da quinta edição da Copa de Literatura Brasileira.

Em campo, estarão na disputa 16 romances brasileiros, publicados em 2011 e 2012, em jogos de mata-mata. Serão mais de 20 partidas, apitadas por 23 juízes entre escritores, professores universitários de diversos Estados e blogueiros.

O romance vencedor de cada partida avança para a próxima fase até se sagrar campeão. O juiz explicará a decisão, em resenhas publicadas no site do torneio, que ainda mantém a memória das últimas edições.

A ideia  é muito boa para um país onde os passes de letra estão escassos e que está longe de ser uma pátria literária. Que os organizadores possam ganhar adeptos e apoio para estimular a realização de campeonatos regionais (como o Gauchão de Literatura), uma forma de dar visibilidade a autores que batem um bolão e marcam verdadeiros “gols de placa”, porém ainda distantes dos cartolas do mercado editorial.

Crédito da foto: Lincoln, que criou a imagem para ilustrar crônica, no Diário do Nordeste, sobre novo livro do pesquisador Mauro Rosso sobre uma épica disputa literária entre Coelho Neto e Lima Barreto. 


domingo, 30 de junho de 2013

O que fica do que passa: O taxista escritor Vário do Andaraí



O taxista Vário do Andaraí se depara, nas noites cariocas, com personagens curiosos e plurais. Figura anônima das ruas e vielas encardidas do Andaraí, como se autodefine, morador no limite da Tijuca, circula pela cidade a bordo da viatura 055, à escuta dos chamados do rádio da cooperativa e das histórias dos passageiros de curta duração. 

Em 2010, enveredou pela literatura e teve o primeiro livro publicado, A máquina de revelar destinos não cumpridos (Editora Dimensão), reconhecido pelo Prêmio Jabuti, ganhando o segundo lugar na categoria Contos e Crônicas. Neste diário de bordo ficcional, o leitor se depara com personagens saídos do imaginário real e fantástico das ruas do Rio de Janeiro, a bela e a fera (um chimpanzé de nome Kant), um cego desconfiado, uma família humilde no meio da madrugada, um mágico, uma passageira careca, Constantino e Flash (inventores da máquina de revelar destinos não cumpridos, narrativa que dá nome ao livro), a Branca-de-Neve acompanhada do Homem-Aranha e do casal Batman e Robin, entre inúmeros outros. 

Numa breve passagem pela cidade, o Pescadas Expressas teve a oportunidade de conhecer este autor, boxeador nas horas vagas, e personagem que certamente vai tarifar muitas histórias conduzidas pelas ruas da cidade.  

Você costuma dizer que brinca de taxista na noite carioca. Quando percebeu que seria possível criar e transportar personagens da cidade do Rio de Janeiro para o mundo da ficção?

Tornei-me taxista faz uns sete, oito anos. A espoleta que disparou a decisão de escrever crônicas com viés de conto, e cujo narrador seria uma espécie de alter ego, foi a percepção de que a função de taxista tinha muito a ver com minha personalidade e com minha história pessoal. Me dei conta de que dava pra falar da vida à minha maneira vária, ora catártica, ora lírica, ora com recursos de roteiro, ora contraditória, mas sempre com o humor de permeio. Aquele livro sou eu com volutas rococó.



O oficio do taxista me parece uma narrativa breve sobre rodas, um recorte no tempo e no espaço durante um percurso definido pelos personagens a bordo. O livro A Máquina de Revelar Destinos Não Cumpridos acaba sendo o retrato um pouco desta premissa. Qual personagem mais te marcou em toda a sua história como condutor de táxi? 

De antemão, esclareço que o que lá no livro vai escrito não é a reprodução da acontecimentos nos assentos da viatura. As crônicas misturam passagens ocorridas de fato com reflexões pessoais e ficção. Nenhuma história me marcou tanto como um acontecimento verídico e que não está no livro: um homem velho, militar aposentado (portanto com uma pensão razoável), com Alzheimer ou qualquer outra disfunção neurológica, com uma soma razoável de dinheiro no bolso, sem endereço ou telefone de sua casa ou de parentes entre seus pertences, entrou no táxi desorientado.

Pedi-lhe seus documentos, e, entre umas anotações num pedaço roto, alguns celulares anotados. Por sorte, ao ligar pra um deles, depois de um tempo de conversa com o desconhecido do outro lado da linha, consigo descobrir de quem se tratava o homem extraviado e onde morava. Ao chegar a sua casa, notei que a mulher jovem, bem mais jovem que ele, portou-se friamente com o "achamento" do desaparecido. Me deu um estalo intuitivo. Posso estar enganado, mas desconfio até hoje de que a mulher deixou a porta de casa destrancada para que o homem ganhasse mundo e sumisse, e assim, ela se visse livre de um problema e com a pensão do militar.

Quando nos encontramos recentemente no Rio, você comentou sobre as supostas preferências das editoras sobre os cânones literários e autores midiáticos. Como vem construindo sua trajetória literária diante deste cenário?

Deixe-me refazer a introdução da sua pergunta: penso que o ambiente literário brasileiro é habitado sobretudo por autores ligados ao jornalismo ou ao meio acadêmico, e que, a partir dessas duas grandes categorias, as afinidades pessoais e grupos se estabelecem. Desconfio de que, a um franco-atirador como eu, taxista e avulso, o espaço disponível é aquele que convencionalmente se reserva ao pitoresco, ou ao adventício, ou à condescendência.

Evidentemente,  quando falo literário, estou me referindo àquele tipo de escrita que tem pretensões a ser o que se encaixa no que a teoria da literatura define como “boa” literatura. Claro que há o espaço que aparece, ou se faz aparecer, por aquele tipo de autor que, não sendo jornalista ou do meio acadêmico,  com o aríete das boas vendas, arromba a porta do salão onde está rolando o coquetel.
Tenho dois livros de qualidade razoável publicados, vou vivendo minha vida, me esforçando para, cada vez menos, me preocupar em “carreira” ou trajetória literária. Qualquer dia, quem sabe?, eu acerto no milhar e na centena (risada cínica)  e vou pra Maracangalha com a Maricotinha do Dorival Caymmi.

Quais as suas próximas investidas literárias?

Estou fazendo anotações para dois originais, sem data para início ou fim de suas escrituras; estou também tentando fazer uma parceria com um pessoal de um grupo teatral de BH. Regularmente faço postagens autorais curtas no meu blog − afazer de que gosto imensamente, e escrevo esporadicamente em projetos para que sou chamado a colaborar, como encarte de cd, letra de música, legendas para fotografias em exposições públicas ou em livros.  Mas tudo isso feito a amador, em sua dupla acepção – como o que ama e como o que não tira sua subsistência da atividade. 

sábado, 18 de maio de 2013

Ecodesign cria soluções amigáveis ao planeta


DESIGN VERDE


Você não precisa dominar as técnicas milenares do bonsai para cultivar uma mini árvore em casa. Esta é apenas uma das pescadas de hoje, depois de viagens expressas pelo mundo. O bonsai é ainda mais especial porque pode carregar o seu celular. É isso mesmo. A designer francesa Vivien Muller desenvolveu a Electree, um bonsai contemporâneo de aproximadamente 40 cm de altura cujas folhas são 27 pequenos painéis fotovoltaicos que captam a energia do sol e a convertem em eletricidade. A energia é armazenada numa bateria instalada na base (por baixo do "solo") e é capaz de carregar o dispositivo móvel por meio de entrada USB.  Ela desenvolveu também uma versão para espaços urbanos. Confira na foto a seguir.



Na mesma linha ecológica, o designer sueco Michael Edenius  criou o Clean Closet, um armário produzido com tecnologia molecular que verifica as impurezas dos tecidos das roupas e as limpa removendo partículas e odores. Ou seja, a limpeza ocorre sem o uso da água. O armário conceito foi desenvolvido para uma competição de design da Electrolux e foi finalista em 2010. A nova tecnologia promete substituir o cesto de roupa, as máquinas de lavar e secar, bem como os armários de grandes dimensões.



A versão 2013 da Electrolux Design Lab está em curso, com cinco projetos já escolhidos por votação popular: CarpClean (um capacho que faz a lavagem automática dos solados dos sapatos), o MusicYue (uma espécie de convertedor de poluição sonora em música), o Cellular Pillow (travesseiro dotado de tecnologia celular capaz de absorver dióxido de carbono e de liberar oxigênio, bem como de se livrar de bactérias e gases nocivos ao ambiente), o The world mirror (um espelho que permite experimentar diferentes estações do ano e lugares do mundo) e a Capsula Machine (máquina que faz cápsulas de chá). Para acompanhar a evolução do concurso, basta acessar o site http://electroluxdesignlab.com/en/.

De volta ao mundo das plantas, outro produto amigo do meio ambiente é o marcador de livro Sprout, em formato de brotinho de folha (nas cores verde, amarelo e rosa), desenvolvido pela Connect Design com material ecologicamente correto ao invés de papel.